segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Quatrocentos anos de muita fé.No jubileu da Purificação


Santo Amaro está em festa. A paróquia da Purificação celebra seus quatrocentos anos de criação : 1608 – 2008. A preparação foi feita com muito ardor e devoção. Houve a tradicional novena, com eloqüentes pregadores, grande participação do povo e tudo culminando com os dois dias de festa, o 18 e 19 de outubro. Mas, sobretudo, quem presidiu as festas foi o Senhor do Bonfim, que foi transportado de Salvador e lá permaneceu venerado pelo povo fiel. No último dia, houve a missa solene concelebrada por cerca de 20 padres, e Mons. Walter Pinto presidindo todo o conjunto dos festejos. Mas não podia faltar, no encerramento a palavra do filho dileto daquela cidade, Pe. Sadoc, considerado o “guardião da palavra”, que abrilhantou com seu verbo fácil, eloqüente e devoto, o encerramento dos festejos. Na missa foi oferecida uma cruz a todos os padres presentes. Esse foi um sinal da cruz missionária que circulou naquelas paragens nesses quatro séculos de evangelização. Nela há uma inscrição significativa : ”A missão continua – quatrocentos anos de luz”.
Nesse contexto dos festejos, está sendo lançado um livro do seminarista santamarense Adriano Portela, intitulado : ”Informes históricos da Paróquia de Nossa Senhora da Purificação – Itinerário secular de uma missão”. Nos agradecimentos o jovem escritor agradece aos padres Edílson Bispo Conceição, pároco da infância dele, e Hélio Cezar Leal Vilas-Boas, hoje pároco de Cachoeira, grande incentivador dessa pesquisa.
O sumário contém os principais itens de que a pesquisa trata: 1- a Paróquia da Purificação e o contexto eclesial do período de sua criação; 2- Os padres santamarenses : algumas contribuições da Paróquia à Igreja da Bahia; 3- A devoção mariana no conjunto arquitetônico da matriz da Purificação; 4- A cidade de Santo Amaro e a paróquia da Purificação; 5- Os párocos da Purificação e os seus auxiliares no governo da Paróquia; 6- A Purificação e os seus benfeitores salutares; 7- A ação pastoral da Purificação.
A apresentação é feita pelo Pe. Sadoc que salienta :”A verdade sempre nos libertará, por isso, a pesquisa histórica é muitíssimo benemérita, quando é norteada pela busca da verdade. E, para ser calcada na verdade, importa que o pesquisador coloque, a serviço da verdade, sua mente, seu coração, sua justiça. Gostei e muito aprendi com a leitura dessa pesquisa. Segundo Cícero, a história é mestra da vida, por isso é louvável todo empenho por manter a história viva”.
No prefácio, o pároco, Mons. Walter, além de salientar a importância do percurso histórico que o autor faz, menciona o trabalho pastoral dos seus predecessores:”Fiz um deleitoso passeio pela história desta bonita Paróquia, da sua matriz tão bela, na qual reina majestosa a Senhora da Purificação,cercada por obras de arte de todos os níveis, como também pelo trabalho pastoral desenvolvido por tantos presbíteros, desde o provável primeiro deles, Pe. Antônio Fernandes, até Cônego Hélio Vilas-Boas, meu predecessor. Foi exatamente deste capítulo que mais gostei, pois é sempre do meu interesse o que fizeram, e como escreveram a história, os que vieram antes de mim, no exercício do ministério pastoral”.
A bela matriz, que mais parece uma catedral, teve um percurso. A sede da paróquia da Purificação instalou-se em outras igrejas da cidade. Passou do Engenho de Sergipe até chegar à Praça da Purificação. E tudo se transporta para as origens primeiras no tempo da colônia. A primeira igreja matriz surgiu na sesmaria que pertencera a Mem de Sá, terceiro Governador Geral do Brasil (1558-1572). Quando essa Paróquia foi criada, a Diocese de Salvador cobria boa parte da colônia portuguesa estabelecida no Brasil, ao lado da Prelazia do Rio de Janeiro, que havia sido desmembrada de Salvador em 1576.
De todos esses momentos históricos, sublinhados pelo livro ora editado, essa comemorações querem nos aproximar.
Não há festa jubilar sem um hino que traduza o sentido, o conteúdo e a beleza das celebrações. A foto da capa do livro da liturgia foi do Pe. Rogério Marcos, pároco da igreja do Rosário. O hino do jubileu coube a Cleusa Maria Cunha, da família do Pe. Sadoc, uma santamarense da gema e que por onde passa, espalha o perfume de sua voz. Por isso, St° Agostinho diz que quem canta reza duas vezes. Seu hino é um convite à oração e ao louvor.

Refrão : “Quatrocentos anos de muito amor. Quatrocentos anos de muita luz. Quatrocentos anos de muita fé. Na purificação da Mãe de Jesus”.
1-“ Purificação de Maria, da mais profunda humildade, lição em todos os tempos ensinando a humildade.
2- Levava Jesus nos braços e apresentou-o no tempo, ela concebida, sem pecado, Ele da santidade o exemplo.
3- O menino esperado Messias, nas mãos frágeis de Simeão, que iluminado o proclamou sinal de contradição.
4- E reservou para Maria antecipados sofrimentos, espada que a faria ser mártir de cada momento.
5- Em terras de Santo Amaro da Purificação, a maior glória é sermos todos escolhidos para construir a sua história.”

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